quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Roma e a Educação

Roma e a Educação


1 – A ROMA ARCAICA ENTRE ETRUSCOS E MAGNA GRÉCIA: MODELOS EDUCATIVOS
A história dos romanos inicia-se no segundo milênio a.C., onde originou-se a partir da fusão de dois povos: os latinos e os sabinos. Roma é a capital da Itália e sede da província com o mesmo nome, na região do Lácio e espalha-se pelas margens do rio Tibre e próxima ao litoral.
Podemos dividir a história romana em três períodos:
1 – REALEZA (de 753 a 509 a.C.): da fundação de Roma à queda do último rei entrusco
2 – REPÚBLICA (de 609 a 27 a.C.): de inicio prevalece a luta entre patrícios e plebeus, e depois ocorre o expansionismo militar
3 – IMPERIO (de 27 a.C. à 476 a.C.): da instauração do império à sua queda, com a invasão dos bárbaros. O período do Império, por sua vez, é subdividido em Alto Império e Baixo Império. O Alto Império (27 a.C.- 235 a.C.) é a fase em que esteve em vigor o regime político do principado. O Baixo Império (235-476), o regime político do dominato.
A LEGIÃO ROMANA
Não havia idade ideal para listar-se nas legiões, mas a maioria se alistava logo após a maioridade, que em Roma era aos 17 anos. Os soldados eram voluntários se comprometeriam a 25 anos de serviço exaustivo.
A maioria dos escravos era conquistada através de suas derrotas, mas alguns eram homens livres, vendidos como escravos para pagar suas dívidas e o seu valor variava dependendo de suas qualidades: idade, beleza e força.
Os escravos cozinhavam, cuidavam do jardim, colocavam lenhas nas fogueiras e limpavam as casas. Os escravos mais educados serviam de tutores, administravam as contas ou ajudavam a gerenciar o negócio do dono.
No começo de Roma e na Roma Republicana, as mulheres não tinham nenhum direito. O pai de família era quem tinha todo o poder de vida e morte sobre cada membro da casa. Ele criava as regras que deviam ser obedecidas por todos, até mesmo pelos filhos adultos. O chefe da família decidia com quem seus filhos se casariam, se um novo bebê deveria viver ou morrer e até mesmo matar sua própria esposa em caso de adultério.
Os romanos comiam pouca carne no dia-a-dia, mas nos banquetes abriam exceção. A alimentação deles consistia de pão, leguminosas, queijos, figos, tâmaras, azeitonas, carne e nozes. No desjejum eles comiam pão e mel com queijo ou fruta. No almoço se alimentavam somente de pão e queijo. Mas a principal refeição acontecia no final da tarde ou inicio da noite, e podia durar até cinco horas se houvessem convidados.
Na arquitetura os romanos não poderiam ter governado um território tão vasto se não fossem suas estradas. Estas foram construídas pelo exército e cumpriam três objetivos: movimentar as tropas pelo império, permitir o comércio e tornar mais eficiente à arrecadação de impostos das províncias, essas são regiões controladas por Roma. Com isso o império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário.
As casas romanas possuíam uma série de quartos com duas grandes áreas: o salão de entrada (atrium) e o jardim. O atrium era a parte mais importante da casa pois possuía os cômodos, cozinha, piscina e um altar para os espíritos domésticos.
Não era valorizado, na visão dos romanos importantes, o teatro, que era considerado um entretenimento vulgar. Por isso, muitos teatros romanos possuíram simples estruturas de madeira que não sobreviveria ao tempo.
No final da republica, os templos estavam alinhados na Via Sacra romanos, onde as procissões de vitória eram realizadas. Os templos dessa época seguiram principalmente o estilo jônico, mas ao contrário dos templos gregos que eram abertos por todos os lados, os templos romanos possuíam uma entrada com degraus e pórtico apenas na parte frontal.
A casa de banho, ou balneários era um lugar onde os romanos podiam discutir política e ampliar seus relacionamentos pessoais, conversar, praticar esportes e realizar negócios e lá surgiram os primeiros vasos sanitários com descarga e tampas de mármore.
RELIGIÃO ROMANA PAGÃ
A religião iniciava dentro de casa onde as pessoas possuíam santuários para os espíritos domésticos. Elas rezavam nos santuários e deixavam alimentos como oferendas, principalmente nos dias de festas.
RELIGIÃO ROMANA CRISTÃ
O auge da perseguição aos cristãos aconteceu depois do grande incêndio que destruiu Roma, pois as pessoas acreditavam que a culpa era de Nero. Mas o imperador culpou os cristãos e executou milhares deles publicamente, sendo que muitos foram usados como tochas humanas nos jardins do palácio.


EDUCAÇÃO ROMANA
Por muito tempo o texto base da educação romana foi o da Doze Tábuas, fixado em 451 a.C., no bronze e exposto publicamente no fórum, para que todos pudessem vê-lo.
Os meninos aprendiam matemática elementar e memorização de tábuas e como muitos deles seguiam a profissão dos pais, o objetivo principal da educação era proporciona-lhes conhecimentos práticos que lhes permitissem levar o negocio familiar adiante.
A educação enfatizava a literatura, a filosofia e a oratória e essas disciplinas eram muito valorizadas no mundo romano, principalmente pelos aristocratas que desejavam ver seus filhos na vida púbica.
A família romana era constituída e organizada sob a austera autoridade do paterfamilias, sendo o meio natural em que deve crescer e formar-se a criança. Então a educação para o romano era, antes de tudo, a iniciação progressiva em um modo de vida tradicional.
Em Roma a própria mãe educa seu filho. Mesmo nas maiores famílias ela se mantém em casa para cumprir este dever, fazendo-se criada dos seus filhos e a influência da mãe marcava toda a vida do homem.
Aos sete anos, a criança passava a sentir mais diretamente a influencia dos pais. Nada mais característico da pedagogia romana: o pai é considerado como o verdadeiro educador.
Enquanto que as meninas permaneciam mais ligadas ao lar, aprendendo com suas mães, a fiar lã e os demais deveres de dona de casa, os meninos seguiam os pais a toda parte para aprenderem sobre os segredos da vida pública, na qual, um dia, deveriam desempenhar papel importante.
Identificamos que na educação romana dava ênfase à formação moral e física (formação do guerreiro): o essencial é formar a consciência da criança ou do jovem, propor um sistema rígido de valores morais, reflexos seguros, um estilo de vida.
A escola Romana foi se organizando a partir do século II a.C., segundo o modelo grego, onde foram destinadas a dar uma formação gramatical e retórica, ligada à língua grega. Só no século I a. C. é que foi fundada uma escola de retórica latina, que reconhecia total dignidade à literatura e à língua dos romanos. Pouco tempo depois, houve uma sistemática organização das escolas, divididas por graus e com materiais didáticos específicos (manuais).
As escolas eram divididas em elementares, secundárias e retóricas.
As escolas elementares focadas na alfabetização primária: ler, escrever e, frequentemente, também calcular; esse modelo funcionava em locais alugados ou na casa dos ricos; as crianças dirigiam-se para lá acompanhadas do paedagogus, escreviam com o estilete sobre tabuletas de cera, aprendiam as letras do alfabeto e sua combinação, calculavam usando os dedos ou pedrinhas, passavam boa parte do dia na escola e eram submetidas à rígida disciplina.
Nas escolas secundárias ou de gramática se aprendia a cultura nas suas diversas formas: desde a música até a geometria, a astronomia, a literatura e a oratória; embora predominasse depois o ensino literário na sua forma gramatical e filosófica, exercido sobre textos gregos e latinos.
Nas escolas de retórica elaboravam-se os discursos sobre exemplos morais e as controvérsias e ou debates sobre problemas reais ou fictícios. Embora mais limitada em comparação à educação grega, pois não havia foco na gramática, música, e também a ciência e a filosofia, mais utilitária, a formação escolar romana mantém bem no centro este princípio retórico e a tradição das artes liberais, resumidas no valor atribuído à palavra.
Existiam também, escolas para os grupos inferiores e subalternos, embora menos organizadas e institucionalizadas. Eram escolas técnicas e profissionalizantes, ligadas a os ofícios e às práticas de aprendizado das diversas artes. As técnicas eram ligadas num primeiro momento, ao exército e à agricultura, depois ao artesanato, e por fim ao artesanato de luxo.


REFERÊNCIAS:
ARRUDA, Maria Lúcia Aranha, História da Educação. São Paulo: Moderna, 2002
GADOTTI, Moacyr, Histórias das Ideias Pedagógicas. São Paulo: Moderna, 2002